Nasce uma ideia
Terroir we are part of this...é o nome do meu projeto que visa conhecer culturas a partir dos seus vinhos,história e povo, mês passado foi a vez da Africa do Sul, em uma temporada de 15 dias, participei da vindima e pude provar vinhos de vinicolas extremamente comerciais e industriais...até vinhos biodinamicos que foi o caso da visita em Malmesbury na região de Swartland, com o produtor chamado Billy um argentino naturalizado Sul Africano que esta a construir sua adega com containers...é esta mistura cultural que encanta,e nota-se nos vinhos.Terra Vinícola do Cabo
Para os Europeus e Norte
Americanos a Africa do Sul especialmente
a Cidade do Cabo e Cabo da boa Esperança, tem sido grande centro turístico,
ainda mais com um verão longo maioritariamente ensolarado e um inverno suave
mas húmido que dura de Maio a Setembro proporciona condições favoráveis a
produção vinícola . Mas é a corrente de Benguela e os ventos Cape doctor os
principais responsáveis pelo ameno clima que se vê na Africa do Sul, esta
corrente fria ameniza os verões quentes e facilitam a produção vinícola.
História
Em 1652 um grupo de
mercenários Holandeses desembarcou no Cabo da boa esperança para estabelecer
uma base de abastecimento ao longo da rota de especiarias em nome da companhia
holandesa das Índias Orientais. Uma vez que as condições para a produção de
vinhos pareciam ser boas o comandante Jan Van Riebeck antigo médico do navio da
companhia mandou rapidamente vir cepas da Europa.
Em 1679promulgou decretos
que previam pesadas penalizações aos produtores
vinícolas no caso destes vindimarem suas uvas antes do estado de
maturação ou fermentassem sumos em barris ou adegas sujas.
Embora os regulamentos
proibissem os empregados das companhias de adquirir possessões coloniais, ou de
participar em negócios por sua conta, van der Stel conseguiu abrir uma exceção
para si próprio, consequentemente em 1685 conseguiu adquirir a sudoeste da
Cidade do Cabo ,extensas propriedades às quais chamou de Constantia , estes
vinhos foram muito bem trabalhados, chegando a ser mencionados ao mesmo nível
dos mais considerados vinhos Europeus. Chegou a ser o vinho favorito de
Napoleão a maior quantidade de Vins de Constance chegou a ser lhe fornecido
durante os últimos anos da sua vida de exilio em Sta Helena.
A imigração de Franceses
para a Africa do Sul, onde é hoje conhecida Franscshoek Valley estabeleceram
propriedades que rapidamente ganharam notoriedade e enriqueceram o universo
vínico da Africa do Sul, os seus descendentes continuam a desempenhar um
importante papel até hoje na qualidade dos vinhos.
Em 1924 o governo
concedeu poder a entidade KWV para fixar o preço dos vinhos usados para
produzir Bradys no entanto esta medida não surtiu grande efeito para o tão
desejado mercado dos vinhos fortificados, uma vez que a Africa do Sul é
produtora de vinhos similares aos do vinhos do Porto.
Foi em 1940 que o governo
passou todo o poder a KWV para supervisionar o setor vinícola o que passou a
supervisionar não apenas os preços, mas também produção, castas permitidas,
direitos de cultivos e métodos de produção, com todo este poder, produtores
tiveram dificuldades de se desenvolver até 1994 quando a KWV deixou de ser o
órgão regulamentador .
Outro fator que
atrapalhou o desenvolvimento da produção na Africa do Sul, foi o boicote feito
pelo por partes de outros países em protesto contra o Apartheid implicava que
os vinhos sul africanos eram difíceis de exportar e com um consumo interno
baixo, 9 litros por pessoa por ano, a procura por vinhos de qualidade era
baixa.
Um vinho de Origem
Em 1973 o Wine and Spirit
Board montou um sistema através do qual seguindo o modelos Europeu o vinho na
Africa do Sul passa a ser regulamentado como denominação de origem, quer dizer
que o local indicado no rotulo é realmente a origem de todas as uvas, castas
indicadas nos rótulos e 75% da varietal
indicada no rotulo.
Existindo 5 subdivisões:
Estate: representa uma
propriedade de uma ou mais quintas , tem que usar uvas exclusivas da sua
própria região e a vinificação ocorrer nas suas própria instalações;
Ward : representa uma
área vinícola pequena e exatamente definida.
District representa uma
grande área vinícola por exemplo Stellenbosh ou Paarl
Region: refere-se a uma
área extensa composta por vários distritos ou subdistritos por exemplo Breed
River Valley ou Boberg
Wineland não é uma
discrição oficial representa apenas a importância dos vinhos independentemente
Da sua classificação .
Vinhos Saudáveis e limpos
O lema os vinhos da
Africa do Sul, são saudáveis, limpos e amigos do meio ambiente é dirigido aos
amantes dos vinhos de todo o mundo.
Desde de 2000 que toda a
produção vinícola passou a ser integrada,
O uso de técnicas e
praticas sustentáveis são marcas registradas sempre em harmonia com o meio
ambiente se baseando na não utilização ou utilização mínima de fertilizantes
sintéticos , isso garante que os vinhos não tenham mais que os níveis sugeridos
para o consumo humano, tornando os vinhos mais saudáveis.
Preparação do solo,
reciclagem dos vidros e de materiais de empacotamento, levando a Africa do Sul
ir muito mais além dos outros países e isso tudo é regulamentado.
Este passo revolucionário
foi resultado de anos de trabalho do conhecido Nietvoorbij Enological Institute
em Stellenbosh onde as pesquisas mais importantes em termos de viticultura e
enologia são levadas a cabo, e que há vários anos estão associados ao sistema
P.I .
Vinhos Fáceis de beber?
Já
há vinhos suficientes
provenientes de vinhas saudáveis para demonstrar o extraordinário
potencial da África do Sul, Embora as condições climatéricas gerais
possam classificar como
mediterrâneas há na realidade um espectro muito amplo, desde locais
frios como
Walker Bay até áreas desérticas como Klein Karoo.
A maioria das vinhas tem
que ser irrigadas artificialmente uma vez que nos meses frequentemente muito
secos e quentes Janeiro e Março as uvas simplesmente vegetariam ao invés de
amadurecer. Por este motivo, pequenos lagos dos produtores forma um elemento
característico da paisagem especialmente em Stellenbosh e Paarl.
Ate pouco tempo a
industria estava orientada a vinhos de estilo fácil de beber .Estão a fazer
isso com um considerável sucesso produzindo vinhos a preços surpreendentes
baixos, esta forma industrial de pensar deve-se principalmente a estrutura das
empresas. Uma propriedade tipica é constituída por 150 hectares, algo menor que
100 já é considerado pequeno.
Muitas das propriedades
existentes e estabelecimentos vinícolas adicionaram conceitos de premium e
super premium a suas gamas nos recentes anos e certamente que não tem que
recear a comparação internacional. As zonas de climas mais moderados em
especial, estão a demonstrar um potencial impressionante e em termos de vinhos
de elevada qualidade e ainda há muito o que se fazer.
A
África do sul é um conceito forte de Terroir, que produz vinhos únicos
com toques de Novo mundo porém com elêgancia que se encontra nos vinhos
Europeus, com forte influência dos Franceses e Holandeses .
Próximo post falarei mais do Terroir we are part of this de Portugal e tem novidades vindas da Alemanha e Argentina.
Boa Degustação!!!!