sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Temperatura do vinho

A Temperatura do vinho...

Temperatura do vinho é coisa séria. 


Muita gente já ouviu isto, temperatura do vinho é coisa séria e influencia (e muito) no paladar.
Mas qual a forma correta de se servir vinho e quais temperaturas seguindo o tipo de vinho? Branco, rose e tinto...


Para cada vinho, guarda, tipo, etc. existe uma temperatura específica. Sei que muitos acham isto uma perda de tempo, pois já se pensa: vinho branco e rose são para se beber frios, espumante gelado e tinto em temperatura ambiente. Ok, em geral seria desta forma, mas obviamente existem sempre os detalhes das meias verdades.


Vamos às temperaturas dos vinhos e seu beneficio real e o porquê do vinho precisar destas temperaturas.


Para se entender de forma geral antes de detalhar este tópico: 18ºC é a temperatura máxima em que um vinho deve ser servido, pois o aroma ou bouquet está no seu auge. Caso ele seja submetido a uma temperatura inferior a 8ºC, essas mesmas características são praticamente anuladas. Um vinho tinto submetido a baixas temperaturas paralisam as papilas gustativas e você simplesmente não sente nada, além do que, “mata-se” o potencial do vinho por completo... então tente evitar o absurdo de colocar uma garrafa de vinho tinto em um balde cheio de gelo, isto é um desrespeito aos que trabalham anos para produzir com qualidade a boa garrafa que está à sua frente. Consulte um sommelier. Este profissional do serviço do vinho está ali para te ajudar exatamente na maestria deste serviço, que tem décadas de aperfeiçoamento.


As temperaturas que servem como referência para a apreciação do vinho são um excelente ponto de partida para descobrir aquela que lhe parece mais adequada e, claro, mais saborosa! Para isto, o ideal seria usar um termômetro especifico para a garrafa de vinho (sim, existem vários) e no restaurante que oferece serviço de vinho, pode e deve-se pedir este componente, para saber exatamente qual temperatura e potencial de aromas e sabores o seu vinho vai atingir.


Vinho Espumante


Dita a regra que deve ser servido a 6ºC e, sendo assim, ele aceita de bom grado um balde de gelo, duas taças e boa companhia. 
Vinho Espumante
  • Demi-seco: 6º a 9ºC
  • Brut: 6º a 10ºC



Vinho Branco 


Apesar de ser a forma mais prática de refrescar uma garrafa de vinho, colocá-la Na geladeira ou no congelador não é o melhor método, vinhos brancos principalmente os de guarda, não devem ser degustados em temperaturas tão baixas. Um torrontes, argentino jovem, não deve ser bebido na mesma temperatura que um chardonnay da bourgonha de guarda. Há de se respeitar as temperaturas. Se for utilizar o método mais conhecido, que é o balde de gelo, lembre-se que se leva  de sete a oito minutos para baixar a temperatura de 18º para 3ºC. Se o vinho for jovem, sem problemas, se for um vinho de guarda fique atento às temperaturas ideais. O mesmo serve para o rose.
Vinho Branco e Roses.
  • Leve e doce: 6º a 8ºC.
  • Jovem, demi-seco, leve, doce, encorpado: 7º a 10ºC.
  • Encorpado: 10º a 12ºC.


Vinhos Tintos


Penso que, de todos os vinhos, quando o quesito é temperatura ideal, o tinto é de longe o mais complexo nesta questão. Vinho tinto pode ser bebido em temperatura ambiente, se você viver na Europa e a temperatura ambiente for 18ºC... mas voltando à realidade, é sabido que a temperatura varia sim e isso não faz bem ao vinho. O ideal é ter uma boa adega (iremos discutir isso a seguir). Um vinho tinto deve ser colocado na sala onde irá ser servido, para que possa aquecer de forma natural e gradual. Se a casa estiver fria, por exemplo, mantenha a garrafa na cozinha enquanto prepara a refeição. No restaurante, ele deve ficar armazenado na adega em temperaturas entre 16 a 18ºC, dependendo da guarda deste vinho, de preferência em lugar escuro, sem sofrer movimentos bruscos, e somente ser retirado na hora de servir. Caso contrário, se o vinho estiver muito gelado, aconselho usar uma tolha umedecida em água quente, para subir, por exemplo, de 13° para 16° ou 18°C, mas muito cuidado, vinho superaquecido estraga. O ideal mesmo é se ter uma adega em condições corretas para deixar seu vinho na temperatura ideal para ser bebido.


Um vinho tinto fresco já não é novidade, nem “escandaloso” para ninguém, principalmente nos países com climas muito quentes. No Brasil é muito comum servir o vinho com a temperatura abaixo do indicado pelos profissionais da área, porém o bom senso cabe a todos, vinho com temperatura ideal para o serviço influencia, e muito, na qualidade do mesmo, e deve ser de responsabilidade do sommelier ou do garçom, garantindo assim uma degustação memorável.


Vinho Tinto
  • Jovem: 11º a 14ºC
  • Encorpado: 15º a 17ºC
  • Reserva: 16º a 18º C.


Vinhos de sobremesa e digestivos.


Estes, por conter alto teor de açúcar e álcool, devem ser servidos em temperaturas médias ou baixas, quando ficam mais cremosos e apetitosos. Em altas temperaturas o álcool se sobressai e eles se tornam quase insuportáveis ao paladar.


No caso dos vinhos do Porto existem exceções, conforme a guarda. 


Vinho do Porto
  • Branco (servido fresco): 6º a 7ºC
  • Branco: 8º a 12ºC
  • Tawny: 12º a 16ºC
  • Vintage: 16º a 18ºC


No caso de vinhos de sobremesa:
Moscatel: 12º a 14ºC
Sauternes: 10 a 14ºC


Vejamos uma forma bem prática de se entender:


19°C - Porto Vintage
18°C - Bordeaux, Shiraz
17°C - Borgonha, Cabernet
16°C - Rioja, Pinot Noir
15°C - Chianti, Zinfandel
14°C - Porto Tawny, Porto Ruby, Madeira
13°C - Boa temperatura de armazenagem
12°C - Beaujolais, Vinho Rosé
11°C - Branco Viognier, Sauternes (vinho de sobremesa)
9°C - Chardonnay
8°C - Riesling
7°C - Champagne, Espumantes
6°C - Ice Wines
5°C - Asti Spumanti
Agora ficou bem mais fácil.
Acima falei sobre adegas. Creio que é o segundo maior problema no assunto temperatura ideal do seu vinho, pois é sabido que a adega que deveria ajudar muitas vezes atrapalha, já que nem sempre é fabricada com a classe climática correta, Nestes casos, além de gastar muita energia, as temperaturas variam dentro e fora.
Na hora de comprar uma adega, são necessários muitos fatores que o consumidor não se atenta, portanto não se apegue apenas ao preço, observe os detalhes de sua adega e se ela comporta todos os quesitos necessários para suportar o calor de fora (não gerando um maior) consumo de energia, graus de temperaturas corretas e sem oscilações. Pois, afinal, estamos falando do potencial máximo de serviço e guarda do seu vinho. Claro que se para você isto não é importante, tudo bem, compre uma adega barata e sem grandes problemas. Mas saiba que ela provavelmente irá quebrar logo, pois o esforço de deixar a temperatura de dentro ideal é muito grande já que não está adequada à temperatura de fora. Além da conta de energia, que certamente virá mais gordinha em função disto.
Fique atento a classe climática do equipamento, ela é estabelecida de acordo com o índice de eficiência energética, calculado em função das respectivas características técnicas. Chato, né? Eu sei, mas o funcionamento da sua adega depende da classe climática e se ela está de acordo com a temperatura de fora, senão o ambiente de fora vai ser aquecido, o de dentro trabalhará em dobro para refrescar e assim sabemos que irá danificar o aparelho e com certeza também você terá de aumentar o ar condicionado... Gerando mais gastos desnecessários.
A classe climática correspondente ao seu aparelho está indicada na placa de características.
Classe climática - Temperatura ambiente
SN +10° a +32°C
N +16° a +32°C
ST +18° a +38°C                                                

T +18° a +43°C


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